terça-feira, 26 de março de 2013


Campeão Mundial, quem é e quem não não é afinal???


Existe uma polêmica, criada por aqueles que deturpavam a real significância de suas conquistas à fim de se sobresairem sobre seus rivais, em relação à extinta Copa Toyota Intercontinental e o atual Campeonato Mundial de Clubes FIFA.
Então vamos esclarecer as diferenças e principalmente o peso das duas competições no mundo do futebol, que por sinal não se resume à Brasil. Em dois posts, publicarei a história e curiosidades das duas competições, começando pela Copa Toyota.




História da Copa Toyota:

A Copa Europeia/Sul-Americana (nome oficial), também conhecida como Copa Intercontinental, Taça Intercontinental, ou a partir de 1980, Copa Toyota ou Taça Toyota, foi um torneio de futebol que confrontava anualmente os campeões da Europa (Liga dos Campeões da Europa) e América do Sul (Copa Libertadores da América).
A Copa Europeia Sul-Americana era citada pela imprensa brasileira como "Mundial Interclubes", apesar do nome oficial da competição ter sido sempre Europeia Sul-Americana e nunca ter incluído a palavra World (ou suas traduções: Monde, Mundo, etc), nunca ter sido um evento da FIFA (única entidade do futebol com autoridade em nível mundial) e nunca ter tido um sistema de torneio eliminatório ou critério classificatório que desse a possibilidade de tentar participação a todos os clubes do mundo (o sistema eliminatório-classificatório da Copa Europeia Sul-Americana fazia com que apenas clubes de Europa e América do Sul tivessem a possibilidade de tentar disputar a competição). Por decisão dos seus organizadores, a Copa Europeia Sul-Americana foi sempre "reservada" a europeus e sul-americanos, e em toda a sua existência (1960-2004), nunca deu chance a clubes de outros lugares do mundo. 
Na década de 1960 a Concacaf e a Asian Football Confederation pediram para participar da competição, e o pedido foi negado pelos organizadores da mesma (UEFA e CONMEBOL). 
Em 1962, 1967 e 1970 a FIFA tentou regulamentar a Copa Europeia Sul-Americana para expandi-la e incluir nela os outros continentes, mas essas tentativas da FIFA foram mal-sucedidas, em 1962 e 1967 por oposição de UEFA e CONMEBOL e em 1970 por oposição da UEFA.
Os clubes da Concacaf continuaram sem ter a chance de jogar a Copa Europeia Sul-Americana mesmo após vencerem os campeões sul-americanos em competições oficiais de clubes: os clubes mexicanos Clube América e Pumas venceram a Copa Interamericana de 1977/1978 e 1980/1981 e com base neste título solicitaram jogar a Copa Europeia Sul-Americana, mas não obtiveram o direito de participar; e em 2001 o clube mexicano Cruz Azul chegou à final da Libertadores, e a Conmebol anunciou que, mesmo que ele vencesse a Libertadores, não teria o direito de jogar a Copa Europeia Sul-Americana contra o campeão europeu.
De 1960 até 1979, os jogos eram disputados nos países dos respectivos campeões continentais, em dois jogos, no sistema de ida-e-volta. De 1960 a 1968, o regulamento utilizado levava em conta apenas os pontos conquistados nas partidas, sem levar em conta o saldo de gols; em caso de empate em número de pontos, uma terceira partida era necessária para o desempate, tendo a terceira partida ocorrido em 1961, 1963, 1964 e 1967, sendo que em 1964 e 1967 a partida-desempate foi jogada em país-neutro. De 1969 a 1979, o saldo de gols agregados das duas partidas passou a contar como critério de desempate. A exceção neste período foi a edição de 1973, jogada em partida única. Nas edições de 1971, 1973, 1974 e 1977 e 1979, o clube campeão europeu se recusou a participar e foi substituído pelo vice-campeão; em apenas uma entre estas cinco ocasiões, o vice-campeão europeu se sagrou vencedor do duelo (1974). De 1980 até 2004, a competição foi disputada em uma única partida realizada no Japão e organizada pela Toyota e pela Associação Japonesa de Futebol, porém continuando sendo endossada por UEFA e Conmebol. Em 2005, a Copa Intercontinental foi extinta, cedendo lugar à Copa do Mundo de Clubes da FIFA, cuja primeira edição foi em 2000.
Segundo textos no site da FIFA, os campeões da Copa Europeia Sul-Americana eram chamados de campeões mundiais, mas era um título simbólico, um título de "campeão mundial entre aspas", não um título mundial verdadeiro. Segundo estes textos no site da FIFA, apenas os clubes campeões da Copa do Mundo de Clubes da FIFA podem ser considerados campeões mundiais verdadeiros, apenas eles podem ser verdadeiramente considerados campeões mundiais, pois segundo estes textos, apenas a Copa do Mundo de Clubes da FIFA é o verdadeiro confronto mundial de clubes. Segundo a FIFA, ela não reconhece a Copa Europeia Sul-Americana como título mundial porque não foi ela que organizou e porque a competição era reservada a clubes de dois continentes mas não era aberta a clubes do mundo todo.

Os próprios clubes, com exceção dos brasileiros nunca chamaram a Copa Toyota de Mundial e a prova está em suas galerias de troféus, expostas em seus respectivos sites.

Veja:

Galeria de Troféus - Manchester Utd - Taça Intercontinental


Galeria de Troféus - Manchester Utd - Taça Mundial FIFA









As fotos resumem, sem deixar dúvidas, que os dois títulos não são a mesma coisa. Fiz questão de postá-las para que não insistam em discussões comigo, que fulano é tri-mundial, ciclano é bi-mundial e etc. Bi-Mundial só tem 2 clubes no mundo, Corinthians e Barcelona, mas disso falaremos no próximo post.


Curiosidades:

Nem sempre o clube que disputou a Copa Toyota era o legítimo campeão continental. Por 6 vezes na história do torneio, o campeão europeu não disputou o título, sendo substituído pelo vice.
Em 1993 o Milan substituiu o Olimpique de Marselha, suspenso de competições internacionais por ter subornado um árbitro em jogo do campeonato Francês. Nas outras 5 ocasiões, o campeão europeu simplesmente se recusou à jogar por considerar que uma viagem ao Japão no meio do calendário europeu não era vantajoso ante ao peso atribuído à Copa Toyota na Europa. 

São eles:
1971 - Panathinaikos (Grécia) substituindo o Ajax (Holanda)
1973 - Juventus (Itália) substituindo o Ajax (Holanda)
1974 - Atlético de Madrid (Espanha) substituindo O Bayern de Munique (Alemanha)
1977 - Borussia Monchengladbach (Alemanha) substituindo o Liverpoll (Inglaterra)
1979 - Malmö Fotbollförening (Suécia) substituindo o Nottinham Forest (Inglaterra)

Em duas ocasiões não houve disputa.
1975: Bayern de Munique (ALE) e Independiente (ARG) não acertaram datas para jogar e desistiram do torneio.
1978: Liverpool (ING) e Boca Juniors (ARG) também se recusaram à jogar por problemas de calendário.

Campeões: Vices:

1960 - Real Madrid (ESP) Peñarol (URU)
1961 - Peñarol (URU) Benfica (POR)
1962 - Santos (BRA) Benfica (POR)
1963 - Santos (BRA) Milan (ITA)
1964 - Internazionale (ITA) Independiente (ARG)
1965 - Internazionale (ITA) Independiente (ARG)
1966 - Peñarol (URU) Real Madrid (ESP)
1967 - Racing (ARG) Celtic (ESC)
1968 - Estudiantes (ARG) Manchester United (ING)
1969 - Milan (ITA) Estudiantes (ARG)
1970 - Feyenoord (HOL) Estudiantes (ARG)
1971 - Nacional (URU) Panathinaikos (GRE)
1972 - Ajax (HOL) Independiente (ARG)
1973 - Independiente (ARG) Juventus (ITA)
1974 - Atlético de Madrid (ESP) Independiente (ARG)
1975 - Não realizado Não realizado 
1976 - Bayern München (GER) Cruzeiro (BRA)
1977 - Boca Juniors (ARG) Borussia M'gladbach (ALE)
1978 - Não realizado Não realizado 
1979 - Olímpia (PAR) Malmö FF (SUE)
1980 - Nacional (URU) Nottingham Forest (ING)
1981 - Flamengo (BRA) Liverpool (ING)
1982 - Peñarol (URU) Aston Villa (ING)
1983 - Grêmio (BRA) Hamburgo (ALE)
1984 - Independiente (ARG) Liverpool (ING)
1985 - Juventus (ITA) Argentinos Juniors (ARG)
1986 - River Plate (ARG) FC Steaua Bucuresti (ROM)
1987 - Porto (POR) Peñarol (URU)
1988 - Nacional (URU) PSV (HOL)
1989 - Milan (ITA) Atletico Nacional (COL)
1990 - Milan (ITA) Olimpia (PAR)
1991 - Crvena Zvezda (YUG) Colo Colo (CHI)
1992 - São Paulo (BRA)         Barcelona (ESP)
1993 - Sâo Paulo (BRA)         Milan (ITA)
1994 - Vélez Sarsfield (ARG) Milan (ITA)
1995 - Ajax (HOL) Grêmio FBPA (BRA)
1996 - Juventus (ITA) River Plate (ARG)
1997 - Borussia Dortmund (GER) Cruzeiro (BRA)
1998 - Real Madrid (ESP) Vasco da Gama (BRA)
1999 - Manchester United (ING) Palmeiras (BRA)
2000 - Boca Juniors (ARG) Real Madrid (ESP)
2001 - Bayern München (GER) Boca Juniors (ARG)
2002 - Real Madrid (ESP) Olímpia (PAR)
2003 - Boca Juniors (ARG) Milan (ITA)
2004 - Porto (POR) Once Caldas (COL)



Clubes com maior número de participações:

Estudiantes (ARG): 3 participações, 1 título e 2 vices.
Boca Juniors (ARG): 4 participações, 3 títulos e 1 vice.
Peñarol (URU): 5 participações, 3 títulos e 2 vices.
Real Madrid (ESP): 5 participações, 3 títulos e 2 vices.
Independiente (ARG): 6 participações, 2 títulos e 4 vices.
Milan (ITA): 7 participações, 3 títulos e 4 vices.






VAI CORINTHIANS!